“O caminho do Peabiru leva as terras habitadas por um povo muito rico, e morada de um poderoso Rei Branco”.
História dita pelos nativos aos europeus a partir de em 1514, quando estes recolheram com eles um machado de prata. [3][4]
Os europeus viram 3 coisas: o ouro, pela riqueza; a neve pelo rei Branco; e o Peru pelo Caminho do Peabirú.
Mas ainda hoje não se sabe a origem ou motivo da denominação Peru. [25] A única semelhança termo ou etimológica, seria a cidade Iperó, chamada pelos nativos de Perú ou Peró. [19]
Foi pela semelhança fonética que europeus relacionaram o caminho do "Peabiru" ao "Pirú". Se simples assim, além de Perú, como citado acima, a região de Sorocaba tem "Corumbá no caminho de Piragibú".
Os nativos diziam “Rei Branco” e não “Rei de Terras Brancas”. E segundo as noções geográficas de então, a região de São Vicente localizava-se nas vizinhanças das ricas terras do Peru e das minas de Potosi, e os sertões ainda inexplorados, uma terra incógnita situada entre o rio Paraná e a costa. [6]
Atahualpa, o último imperador Inca, foi capturado pelos espanhóis em 16 de novembro de 1532, [7] mas ainda em 1552 diziam que “esta terra (São Vicente) e o Peru é toda uma”. [8]
Incas e o Peabiru
Os europeus demoraram a entender que para os nativos o ouro representava o sol e as estrelas, [23] e relacionavam o caminho ao sagrado, ao apóstolo São Tomé. [15]
Segundo o arqueólogo Igor Chmyz, que na década de 1970 coordenou uma equipe que identificou 30km da trilha do Peabiru, "todos que me perguntam sobre esse caminho, geralmente, o relacionam erroneamente e somente aos incas". [16]
A lenda que atribui a construção do Caminho a visita do Apóstolo São Thomé, o local de onde ele teria se despedido é a Sagrada Montanha do Araçoiaba, após ter sido expulso da América pelos habitantes dos Andes peruanos. [15]
A palavra Araçoiaba significa nada mais que "morada do Sol" ou "esconderijo do sol"; [22] O primeiro brasão de Sorocaba registra o icônico sol inca por detrás da montanha (imagem). [18]
A língua nativa
Teodoro Sampaio, em “O Tupi na Geographia Nacional”, de 1901, além de não registrar a palavra “neve”, é claro sobre a “montanha branca”:
“O nome Voturantim, do conhecido salto do rio Sorocaba, significa muito propriamente montanha branca, pois que o salto do Sorocaba, naquele lugar, não é mais do que uma encosta alta, coberta de alvo manto de espumas”. [16]
Não restam dúvidas: Pedro Sarmiento de Gambôa e a “Serra Nevada”
Pedro Sarmiento de Gambôa, que cravou uma santa cruz na Sagrada Montanha do Araçoiaba antes de 1599, [17] em 1589, contornando litoral brasileiro, após avistar uma montanha de Pão de Açúcar, registra:
"como um arco, e pelo meio faz abra até a Cordilheira Nevada, que parece ser muito alta e com muitos picos; e um deles parece uma coroa que tem seis pontas, e outro ao sul que parece uma mão aberta de Judas e olha por trás.
A alta é branca e a baixa é azul esverdeada; e o que não é nevado é preto (cor do ícone que representa a montanha no atual brasão de Sorocaba). Esta é a Cordilheira em terra firme, porque tudo o mais que vai de lá para o oeste, onde estamos descobrindo atualmente, é um arquipélago de ilhas e terra quebrada.
Dos arrecifes da pradaria o Canal segue o mesmo curso por duas léguas, e no final delas emerge uma ponta longa e baixa da terra à direita que se chamava Ponta de Santa Catarina". [10]
Quem era o poderoso Rei Branco?
Sim! Em 1570 “José de Anchieta veio a Sorocaba conceder o perdão ao jovem rei, pois desejava te-lo dentro dos muros de São Paulo para ajudar na defesa”: Domingos Luis Grou, após esse evento, chamado Mestre Bartholomeu. [9] |