' O Terrorismo e a Transição Planetária. Por HUMBERTO WERDINE, de Madri, Espanha. Fonte: oconsolador.com.br - 30/08/2015 de ( registros) Wildcard SSL Certificates
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O Terrorismo e a Transição Planetária. Por HUMBERTO WERDINE, de Madri, Espanha. Fonte: oconsolador.com.br
30 de agosto de 2015, domingo. Há 9 anos
O terrorismo passará como todas as vitórias da mentira, das paixões inferiores e da violência, porque só o amor é portador de perenidade. (Vianna de Carvalho, psicografia de Divaldo Franco, em janeiro de 2015.)

Em outubro de 2012 escrevi um artigo para a Revista Internacional do Espiritismo (RIE) sobre a Transição Planetária, artigo este que ainda é comentado por alguns amigos espíritas e simpatizantes. E muito mais recentemente, com a eclosão das violentas ações terroristas do chamado Estado Islâmico de Iraque e Síria (ISIS em Inglês), com a decapitação e queima de prisioneiros vivos, a doutrinação de crianças para o ódio e muitas outras coisas. Aqui na Europa, onde moro com minha família, o assunto está na ordem do dia, pois daqui saem muitos futuros e potenciais terroristas para engrossar as fileiras de ISIS. E muitos colegas espíritas me questionam e põem em dúvida se realmente a Terra está em fase de transição para a categoria de Regeneração, onde o amor falará mais alto que o ódio, onde o bem comum prevalecerá sobre o individual, enfim um mundo melhor. Estes mesmos colegas me dizem que estamos ainda muito longe disto, pois, se fosse verdade esta transição, a eclosão destes atos terroristas tão abomináveis não seria permitida pela Espiritualidade Superior. Afinal de contas, dizem eles, se propaga que uma nova geração propensa ao bem haveria já chegado e continua chegando para substituir aqueles Espíritos ainda dedicados ao mal. E se é assim, por que esta onda tão intensa de maldade que avassala o mundo, invadindo nosso lares através da Internet e da televisão?

Evidentemente que estas argumentações são válidas e os questionamentos decorrentes, mais ainda. Da mesma maneira que respondi a estes meus amigos e amigas aqui na Europa, vou tentar explicar aqui agora para nossos leitores.

Ao longo dos séculos, os poderosos se utilizaram de algumas passagens de seus livros sagrados para justificarem seus atos de selvageria, em busca de riquezas e de manutenção do poder. Os livros sagrados de qualquer religião contemplam passagens e capítulos a respeito de punições e castigos para quem não seguir os ensinamentos e cumprir as obrigações do líder espiritual ou “o deus” que escreveu esses ensinos. Lamentavelmente, aqui no Ocidente muito se tem escrito e se tem divulgado na Internet a respeito de ensinamentos maldosos, cruéis e discriminatórios do Alcorão, o livro sagrado dos Muçulmanos, como se essas orientações fossem exclusivas do Islamismo e que esta religião seria portanto o berço do anticristo. E isto causa uma disseminação de falsos conceitos e uma “Islamofobia” invade nossa vida, fazendo com que preconceitos e estereótipos sejam disseminados ligando qualquer ato terrorista com o Islamismo.

Muito importante a ressaltar é que orientações severas, punições e discriminações estão também claramente ensinadas nos livros sagrados dos Judeus – a Torah, e dos Cristãos, a Bíblia, principalmente no Antigo Testamento. Esses livros foram escritos há milênios e portanto continham suas nuanças e características da época, os costumes de onde foram escritos e das orientações dos regimes de governo existentes.

A Violência no livro sagrado dos Cristãos

O Antigo Testamento dos Cristãos, que é basicamente a Torah dos Judeus, tem passagens muito violentas para quem transgride seus ensinamentos. Vejamos algumas dessas passagens:Deuteronômio (22:22-24):Se um homem for surpreendido a dormir com uma mulher casada, ambos deverão morrer;se uma donzela, ainda virgem, estiver noiva e se um homem, encontrando-a na cidade, coabitar com ela, levareis os dois para a porta dessa cidade e apedrejá-los-eis até que a morte sobrevenha...(Deuteronômio 28:15-28):Será, porém, que, se não deres ouvidos à voz do Senhor teu Deus, para não cuidares em cumprir todos os seus mandamentos e os seus estatutos, que hoje te ordeno, então virão sobre ti todas estas maldições, e te alcançarão: maldito serás tu na cidade, e maldito serás no campo. Maldito o fruto do teu ventre, e o fruto da tua terra, e as crias das tuas vacas, e das tuas ovelhas. O Senhor mandará sobre ti a maldição; a confusão e a derrota em tudo em que puseres a mão para fazer; até que sejas destruído, e até que repentinamente pereças, por causa da maldade das tuas obras, pelas quais me deixaste. O Senhor fará pegar em ti a pestilência, até que te consuma da terra a que passas a possuir. O Senhor te ferirá com a tísica e com a febre, e com a inflamação, e com o calor ardente, e com a secura, e com crestamento e com ferrugem; e te perseguirão até que pereças. E o teu cadáver servirá de comida a todas as aves dos céus, e aos animais da terra; e ninguém os espantará.O Senhor te ferirá com as úlceras do Egito, com tumores, e com sarna, e com coceira, de que não possas curar-te;O Senhor te ferirá com loucura, e com cegueira, e com pasmo de coração.Interessante também a ressaltar de que a escravidão era aprovada por “Deus”. Vejamos o que diz o Levítico cap. 25, versículos de 44-45: E quanto a teu escravo ou a tua escrava que tiveres, serão das nações que estão ao redor de vós; deles comprareis escravos e escravas. Também os comprareis dos filhos dos forasteiros que peregrinam entre vós, deles e das suas famílias que estiverem convosco, que tiverem gerado na vossa terra; e vos serão por possessão.

Poderíamos seguir com muitas outras partes violentas e controvertidas, mas vamos nos atentar a somente dois fatos a mais para completar nossa argumentação. Um deles é a violência das Cruzadas pela Igreja Católica contra os infiéis muçulmanos. Em 1095, O papa Urbano II instituiu a Guerra Santa ou Guerra Justa contra os muçulmanos porque “Deus assim o deseja”. Ele prometeu a todos os católicos que entrassem nesta guerra a indulgência plenária, isto é, o perdão de todos os pecados. Poucos anos mais tarde foi institucionalizado que matar um infiel não é um pecado, não é um homicídio e sim um malecídio. Esta palavra foi cunhada por São Bernardo de Claraval em 1128 para referir-se a um homicídio abençoado por Deus, aplicável aos hereges e aos muçulmanos em nome de Deus.

Um outro fato histórico de grande violência contra os não cristãos (hereges) foi a Santa Inquisição, instituída em 1232 pelo Papa Gregório IX. Durante séculos – pois a Inquisição foi abolida somente em 1834 – a tortura era defendida como mecanismo de misericórdia para forçar os hereges a se arrependerem e ganhar o perdão divino. O Manual dos Inquisidores, escrito pelo Frei Dominicano Nicolau Eymerich em 1376, tornou-se um vade-mécum para os métodos de tortura. São Tomás de Aquino, um dos filósofos mais importantes da Igreja Católica, no seu monumental tratado religioso Suma Teológica escreveu que os hereges merecem ser separados do mundo com a morte.Não se sabe exatamente o número de mortos pela Inquisição ao largo destes mais de 600 anos, mas os números giram a centenas de milhares de pessoas. Por hereges eram classificados todos aqueles que não eram cristãos e os cristãos que tinham comportamentos considerados não cristãos pelas autoridades eclesiásticas. A Violência no Islamismo Tudo isto descrito acima é muito triste, mas são fatos. O fanatismo religioso, o fundamentalismo, é nascido da interpretação literal de alguns textos religiosos e que são lidos separados do contexto de onde eles são extraídos, levando à intolerância e à violência. Este é o caso em nossos dias do terrorismo empregado pelos fundamentalistas do chamado Estado Islâmico. Eles utilizam como justificativas o termo Jihad ou, como é tradicionalmente traduzido pelos ocidentais: Guerra Santa. Lamentavelmente os fundamentalistas islâmicos justificam seus atos criminosos dizendo que seu profeta Maomé pregava a Guerra Santa, ou a Jihad. Abaixo há dois versículos do Alcorão que falam de ações em guerras santas:Sura (surata ou capítulo) 47, versículo 4:E quando vos enfrentardes com os incrédulos (em batalha), golpeai-lhes os pescoços, até que os tenhais dominado, e tomai (os sobreviventes) como prisioneiros... Libertai-os, então, por generosidade ou mediante resgate, quando a guerra tiver terminado. Tal é a ordem.Sura 2 versículos 191 a 193:Combatei, pela causa de Alah, aqueles que vos combatem; porém, não pratiqueis agressão, porque Alah não estima os agressores... Porém, se desistirem, sabei que Alah é Indulgente, Misericordiosíssimo.Outros trechos também são referenciados pelos extremistas como justificativas para seus atos de extrema violência. Eles novamente são baseados em interpretações radicais de frases de versículos particulares de algumas suras, ou suratas (capítulos), do Alcorão.Uma delas é a Sura 5, versículo 33, que diz: a punição para aqueles que fazem guerra contra Deus e Seu Profeta... devem ser mortos e enforcados. Estes fundamentalistas não completam a leitura dos versículos, pois a eles não lhes interessam, pois abalariam seus desejos de violência. Se continuarmos a ler o versículo 33, ele complementa: ...ou serem banidos da região. Então vejamos que já há alternativa à morte, que é o banimento. Mas se vamos ao versículo seguinte de número 34 está escrito: ... a não ser que eles se arrependam, pois Deus é todo amor e perdão.Para alguns eruditos no Alcorão há várias passagens em que o profeta Maomé prega a tolerância e a paz e que lamentavelmente são esquecidas ou desconhecidas pelos terroristas, pois isso vai em oposição a tudo que diz respeito a punições e assassinatos em nome de Deus:· Sura 5, versículo 32: Aquele que mata um ser humano é como se ele tivesse matado toda a humanidade e aquele que salva um ser humano é como se ele tivesse salvado toda a raça humana.· Sura 2, versículo 190: E combatei no caminho de Deus contra aqueles que vos combatem; porém, não provoqueis as hostilidades, porque Deus não ama os agressores.· Sura 8 versículo 61-62: E se eles se inclinarem para a paz, inclina-te tu, também, a ela e confia em Deus. Ele é Quem escuta e sabe. E se eles te enganarem, fica sabendo que Deus te é Suficiente. Ele é Quem ampara com a Sua ajuda e com a dos crentes.A palavra Jihad realmente significa Guerra Santa? O mundo ocidental utiliza a palavra Jihad como guerra santa e os ataques terroristas são denominados de ataques de Jihadistas. Na realidade o termo literal jihad em árabe tem um significado bastante mais abrangente, em três diferentes aspectos de uma luta:1) Uma luta espiritual interna de cada um para se tornar uma melhor pessoa2) Uma luta para se criar uma sociedade muçulmana mais justa3) Uma luta para defender o Islamismo, com o uso da força se for necessário.Muitos muçulmanos eruditos modernos entendem a Jihad como uma luta espiritual interna que os fiéis têm que empreender continuamente para domar suas más tendências. Apesar de algumas controvérsias, parece existir entre a maioria um consenso de que Maomé ensinava que havia dois tipos de Jihad, uma maior – aquela espiritual interna para combater as más tendências do infiel interno de cada um e outra menor – aquela contra os inimigos do Islamismo. A primeira é muito mais difícil do que a segunda. A Transição Planetária Isto tudo que foi escrito acima nos leva a refletir sobre os ensinamentos de Jesus a respeito do fim dos tempos e de Kardec, principalmente aqueles do livro A Gênese, esclarecedora de tudo que se está passando. Jesus nos disse em Mateus XVIII, versículo 7: Ai do mundo, por causa dos escândalos. Porque é necessário que sucedam escândalos, mas ai daquele homem por quem vem o escândalo. Neste contexto, os escândalos são estes ataques terroristas e tudo aquilo que denigre a humanidade, como as corrupções, os preconceitos e a intolerância de qualquer sorte. São também causadores de escândalos os vendedores de armas que alimentam as guerras e aquelas empresas que compram o petróleo de organizações ligadas ao terrorismo, como, por exemplo, o petróleo colocado no mercado a preços baixos provenientes de locais tomados pelo ISIS. A compra desse petróleo financia os atos terroristas em todo o mundo!A necessidade dos escândalos faz parte de nosso crescimento moral, pois a indignação cresce em todo o mundo, se espalha pelas redes sociais e há uma comoção mundial que faz com que a vibração do planeta mude e que formas pensamento sem direção de consertar o que está errado sejam disseminadas em grande alcance. Mas o ensinamento de Jesus vai mais longe quando complementa: mas ai daquele homem por quem vem o escândalo. Jesus aqui já adiantava os ensinamentos de Kardec em A Gênese, capítulo XVIII, item 27, acerca do sofrimento e do expurgo que esses Espíritos endurecidos sofreriam por suas próprias escolhas, quando de suas desencarnações: Havendo chegado o tempo, grande emigração se verifica dos que a habitam: a dos que praticam o mal pelo mal, ainda não tocados pelo sentimento do bem, os quais, já não sendo dignos do planeta transformado, serão excluídos, porque, senão, lhe ocasionariam de novo perturbação e confusão e constituiriam obstáculo ao progresso. Irão expiar o endurecimento de seus corações, uns em mundos inferiores, outros em raças terrestres ainda atrasadas, equivalentes a mundos daquela ordem, aos quais levarão os conhecimentos que hajam adquirido, tendo por missão fazê-las avançar. Substituí-los-ão Espíritos melhores, que farão reinem em seu seio a justiça, a paz e a fraternidade.Kardec segue nos ensinando que há uma geração nova chegando substituindo aqueles que não mais poderão reencarnar na Terra. Ele no diz no item 20 d´A Gênese: A geração que desaparece levará consigo seus erros e prejuízos; a geração que surge, retemperada em fonte mais pura, imbuída de ideias mais sãs, imprimirá ao mundo ascensional movimento, no sentido do progresso moral que assinalará a nova fase da evolução humana. Mas Kardec nos adverte de que esses Espíritos recalcitrantes, a que ele denomina de retardatários por não terem conseguido absorver as ideias da bondade e da benevolência, irão lutar contra este estado de coisas. No item 26 ele nos diz: ... eles defenderão palmo a palmo o terreno. Haverá, portanto, uma luta inevitável, mas luta desigual, porque é a do passado decrépito, a cair em frangalhos, contra o futuro juvenil. Será a luta da estagnação contra o progresso, da criatura contra a vontade do Criador, uma vez que chegados são os tempos por ele determinados. Conclusões A primeira conclusão a que chegamos é a de que estes movimentos terroristas e seus idealizadores estão sofrendo seus últimos estertores. Eles estão lutando palmo a palmo, obtendo vitórias de Pirro, quando na verdade os tempos já são chegados e eles não voltarão a reencarnar aqui, pois a Transição Planetária segue sua planificação divina e está cada vez mais acelerada. A segunda conclusão a que podemos chegar é a de que não são as religiões que são boas ou más, nem seus livros sagrados. O que são comprometedoras são as interpretações que se dão a passagens e trechos isolados de seu contexto integral, que inclui a época em que foram escritos, a forma de poder existente e os interesses dos poderosos que comissionaram suas traduções com suas interpretações convenientes às situações políticas reinantes. E isso lhes dá uma justificativa às suas delinquentes ações terroristas.A terceira conclusão é a de que a maior Jihad – uma luta espiritual interna para combater as más inclinações do infiel interior de cada um – é bastante similar ao ensinamento de Kardec quando ele diz que se reconhece o verdadeiro espírita pelo esforço contínuo e diário para combater suas más tendências, procurando ser hoje melhor do que ontem e amanhã melhor do que hoje. Referências: A Bíblia Sagrada.O Sagrado Alcorão.The True Meaning of Jihad – Tarik Ramadan.Suma Teológica – San Tomás de Aquino.La Inquisición – Ricardo Garcia Carcel.

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