Falecimento de Affonso Augusto Moreira Pena, 6.º Presidente do Brasil
14 de junho de 1909
04/04/2024 14:06:17
Affonso Pena*
Data: 01/01/1877
Créditos: Wikicommons / Domínio público
6.º Presidente do Brasil((pp)((**)
Affonso Augusto Moreira Pena (Santa Bárbara/MG, 1847 - Rio de Janeiro/RJ, 1909) recebeu educação esmerada, tendo sido aluno do curso de humanidades do renomado Colégio do Caraça.
Graduou-se pela Faculdade de Direito de São Paulo, onde também se doutorou. Atuou na política durante o Império e a República, estando à frente de diferentes mandatos parlamentares e cargos no Executivo.
Destes últimos, os de maior projeção foram o de vice-presidente da República, entre 1902 e 1906, durante a presidência de Rodrigues Alves; e o de presidente da República, entre 1906 e 1909, eleito pelo Partido Republicano Mineiro.
Doados pela família do titular em 1970, os documentos textuais, ilustrações, gravuras, fotografias, cartões-postais e mapas que compõem o fundo cobrem o intervalo que vai de 1826 a 1909. Subdivididos em 13 séries, abrangem quase todo o período do Império e os anos iniciais da República.
Entre seus documentos pessoais, encontram-se boletins escolares, pequenas agendas e o bilhete no. 0001 da Exposição Nacional de 1908, realizada na cidade do Rio de Janeiro durante seu mandato como presidente da República.
A transição do Império para a República está documentada no fundo em recortes de jornais e na correspondência mantida por Afonso Pena, na qual observa-se sua conhecida resistência ao republicanismo.
As reflexões que faz a amigos sobre o assunto podem ser exemplificadas na minuta de carta endereçada a Afonso Celso de Assis Figueiredo.
Datada de 5 de julho de 1890, nela Afonso Pena, já experimentado em diversos cargos públicos, externa suas preocupações com o aparente estado de “desordem” durante o período do Governo Provisório[1].
As questões que tensionaram as forças políticas nas primeiras décadas da República podem ser entrevistas na documentação presente no fundo.
A Revolta da Armada (1893), comandada por Custódio de Melo e deflagrada em virtude da forte oposição recebida pelo governo do presidente Floriano Peixoto, é criticada por Afonso Pena em “Manifesto aos Mineiros”.
Publicado no Jornal O Paiz, de 15 de dezembro de 1893, o texto ressalta que o movimento “há longos três meses traz suspensa a vida nacional, causando perdas irreparáveis de vidas, propriedades, dinheiro e crédito.”[2]
Enquanto esteve na presidência da República, Afonso Pena criou as condições financeiras para que Cândido Rondon efetivasse a ligação telegráfica entre o Rio de Janeiro e a Amazônia; e investiu na reestruturação e ampliação de ferrovias e portos, resultando em variados documentos, textuais e iconográficos, como os que tratam da construção da ferrovia Madeira-Mamoré.
Ainda no campo da economia, vão se delineando nos documentos assuntos como empréstimos contraídos no exterior; acordos com credores, como a Casa Rothschild; e o Convênio de Taubaté, firmado pelos estados de economia cafeicultora de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais e que instituiu política de proteção ao café por meio de empréstimos avalizados pelo governo federal.
Temas como a 2ª. Conferência da Paz, em Haia, da qual o Brasil participou com delegação chefiada por Rui Barbosa; comunicações telegráficas submarinas; definição de limites com países da América do Sul estão igualmente presentes nos documentos.
Um exemplo deste último é o telegrama, integrante da série Papéis Oficiais, enviado pelo Barão do Rio Branco para Afonso Pena informando sobre a aprovação, pela Assembleia Nacional da Colômbia em 16 de maio de 1907, do tratado de limites com o Brasil[3].
Quando estudante da Faculdade de Direito de São Paulo, eram seus colegas nomes como Rui Barbosa, Bias Fortes, Joaquim Nabuco e Rodrigues Alves, com os quais estabeleceu uma rede de relações políticas e de amizade, expressa em cartas, telegramas e minutas de correspondências pacientemente anotadas em seus livros borradores.
Esses amigos da época da faculdade igualmente alcançaram postos de destaque na política republicana, como é caso de Rui Barbosa, que presidiu a sessão solene do Congresso Nacional em que Afonso Pena foi empossado Presidente da República e com quem manteve correspondência fraterna e sobre temas políticos.
Estudantes, professores, pesquisadores e interessados nos acontecimentos do período encontram no fundo Afonso Pena uma rica documentação produzida em momentos cruciais da história do país.
Em 1828 Hercules Florence escreveu que as senhoras paulistas de quarenta anos antes – por volta de 1780 – ainda falavam a língua geral no ambiente doméstico.
“
Você pode não ser capaz de controlar cada situação e mesmo seu resultado, mas pode controlar sua atitude, e como lidar com ela.