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Caminho do Peabiru: Um resgate cultural para o Turismo, Valdir Corrêa, Mestrado em Patrimônio Cultural e Sociedade, Universidade da região de Joinville - Univille
201004/04/2024 23:44:26

um artigo Divagações Lingüísticas, afirma que os Guaranis chamavam a trilha de Peabeyú,“Caminho Antigo de Ida e Volta”, acreditando também que Peabeyú pudesse ser umadeformação de Peabiru, que significaria “Caminho Ralo”.

Outra cogitação de Guérios é que o nome fosse Piapyrú, significando “Pegada do Caminho”, “Sinal do Caminho” ou “Marca di Caminho”. Já para Ramón Cardoso, Peabiru seria “Caminho batido”, “Caminho Pisado” ou “Caminho Amassado” e para GuimarãesCosta, em artigo no jornal O Estado do Paraná, Tape Avirú significaria “Caminho Terraplenado”, “Caminho estofado” ou Caminho Fofo”. Já para Luis Galdino (2002) em seu livro O melhor do Planeta, Peabiru é interpretado como “Caminho para a montanha do Sol” e também conhecido como caminho de São Tomé, segundo a Revista Nossa História, (2005, p.22). No livro Visão do Paraíso (1969), o historiador Sérgio Buarque de Holanda mostrou como o conquistador europeu, em sua meta de dominar as terras sul-americanas durante o século XVI, trouxe consigo uma série de mitos medievais. Um dos mais úteis foi o de que um dos apóstolos teria visitado o continente muito tempo antes dos portugueses.

Conhecida no Oriente, esta lenda pode ter sido antecipada por mitos indígenas – asdescrições de heróis civilizadores, comuns em toda a América Latina – propositalmenteremodelados pelos missionários para converter rapidamente os “pagãos”. Um dos vestígiosmais conhecidos da “passagem” de São Tomé, chamado de Sumé pelos indígenas e Pay Toméno Paraguai, seriam marcas de pés gravadas nas rochas.Outras seriam formações de pedra, báculos e cruzes, além do caminho do Peabiru.Este último teria sido aberto quando Tumé fugia de indígenas selvagens, contrários à nova fé.Até os dias atuais existem folclores populares pelo interior do Brasil creditando a Tumé curasmilagrosas e a gravuras pré-históricas em forma de pés, um erro que acaba danificando opatrimônio cultural, pois, como nos tempos coloniais, as inscrições são raspadas pelos devotostentando obter relíquias sagradas.Um dos mais conhecidos conjuntos de arte rupestre do país, até hoje guarda essaassociação no imaginário: a cidade de São Tomé das Letras, em Minas Gerais.1.4 A Descoberta do Caminho do Peabiru em Santa Catarina: A Imprecisão do Local O Caminho do Peabiru tem chamado a atenção de exploradores e pesquisadores desde1524, quando o náufrago português Aleixo Garcia, numa expedição integrada por dois milindígenas Carijós, partindo da ilha de Santa Catarina ("Meiembipe"), percorreu essa via para [Página 17]

O caminho unia, segundo estudos, os Andes ao Oceano Atlântico, servindo comoligação entre os guaranis e os demais povos sul-americanos. Fascinante, misterioso, polêmico,tido como sagrado, um ramal do caminho ligava o litoral de Santa Catarina e São Paulo aogrande império inca no Peru.Porém, conforme registra o arqueólogo Igor Chmyz da Universidade Federal doParaná, em entrevista à revista Cadernos da Ilha (2004), o caminho do Peabiru não foiconstruído pelos povos Incas, mas pelos índios Jê3.Para Chmyz (apud GABARDO, 2004), a prática indígena de caminhar comunicandoaldeias e centros de atividades que eles desenvolviam em torno de aldeias era sempre porcaminhos de um determinado grupo indígena, os Jê. Não tem nada a ver com os TupiGuarani, comenta Chmyz, pois os Itararé são anteriores aos Tupi-Guarani no Paraná. Chmyz(2004) ainda afirma que várias pesquisas constataram índios Tupi-Guaranis se movimentandoda costa do Atlântico em direção ao noroeste, passando por São Paulo e por Minas Gerais. Ofato de eles terem guiado Aleixo Garcia e Cabeza de Vaca, por exemplo, não significa queeles foram os autores do caminho. Apenas os conheciam e os utilizavam, assim como oseuropeus passaram a utilizá-los.Chmyz (apud GABARDO, 2004) questiona ainda sobre o motivo de Cabeza de Vaca,ter abandonado o chamado tronco do Peabiru, quando se dirigia para Assunção na altura dafoz do rio Piquiri, antes do encontro com o rio Paraná. Descendo provavelmente por um dosramais que atingem o rio Iguaçu. Chmyz (2004) aponta que naquela área já estavam os Jê, naatual cidade de Guairá. Cabeza de Vaca e os Tupis-Guarani como guias, não podiam entrar noterritório dominado pelos Jê e pelos Itararé, estes, inimigos dos Tupis-Guarani. A evidênciaarqueológica explica porque ele mudou de rota. Houve também o aproveitamento parcial destas vias pelos tropeiros para o transportede gado entre o Rio Grande do Sul e São Paulo e Chmyz (apud GABARDO, 2004) apontaregistros de coincidência sobre a forma e material encontrados na construção de algunstrechos utilizados por estes tropeiros, principalmente os trechos do Peabiru que levavam emdireção a São Paulo e a Sorocaba para onde as tropas eram conduzidas Chmyz (apud GABARDO, 2004) cita ainda em Santa Catarina, a existência docaminho dos Ambrósios, atual Caminho do Monte Crista na região norte de Santa Catarina, [Página 19]
Caminho do Peabiru: Um resgate cultural para o Turismo, Valdir Corrêa, Mestrado em Patrimônio Cultural e Sociedade, Universidade da região de Joinville - Univille

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A primeira Real Fábrica de Ferro nasceu de uma lenda. O Morro de Ferro, às margens do Ipanema, foi descoberto em 1589 por Afonso Sardinha, quando em expedição a procura da Lagoa Dourada, “que num ponto qualquer da serra existia, nadando em suas águas peixes e patos de ouro”. Hoje (1960), a quem quer que se pergunte em São João do Ipanema, sobre a tal Lagoa, não se houve resposta. Ninguém a viu, mas ninguém a contesta.
Nas margens do Rio Infeliz as ruínas centenárias do embrião de V. Redonda, 11.09.1960. Fernando Hossepian de Lima
“Os nossos tupinambás muito se admiram dos franceses e outros estrangeiros se darem ao trabalho de ir buscar o seu arabutan [pau-brasil]. Uma vez um velho perguntou-me: Por que vindes vós outros, maírs e perôs (franceses e portugueses) buscar lenha de tão longe para vos aquecer? Não tendes madeira em vossa terra ? Respondi que tínhamos muita mas não daquela qualidade, e que não a queimávamos, como ele o supunha, mas dela extraíamos tinta para tingir, tal qual o faziam eles com os seus cordões de algodão e suas plumas. Retrucou o velho imediatamente: e porventura precisais de muito? Sim, respondi-lhe, pois no nosso país existem negociantes que possuem mais panos, facas, tesouras, espelhos e outras mercadorias do que podeis imaginar e um só deles compra todo o pau-brasil com que muitos navios voltam carregados. — Ah! retrucou o selvagem, tu me contas maravilhas, acrescentando depois de bem compreender o que eu lhe dissera: mas esse homem tão rico de que me falas não morre? — Sim, disse eu, morre como os outros. Mas os selvagens são grandes discursadores e costumam ir em qualquer assunto até o fim, por isso perguntou-me de novo: e quando morrem para quem fica o que deixam? — Para seus filhos se os têm, respondi; na falta destes para os irmãos ou parentes mais próximos. — Na verdade, continuou o velho, que, como vereis, não era nenhum tolo, agora vejo que vós outros maírs sois grandes loucos, pois atravessais o mar e sofreis grandes incômodos, como dizeis quando aqui chegais, e trabalhais tanto para amontoar riquezas para vossos filhos ou para aqueles que vos sobrevivem! Não será a terra que vos nutriu suficiente para alimentá-los também ? Temos pais, mães e filhos a quem amamos; mas estamos certos de que depois da nossa morte a terra que nos nutriu também os nutrirá, por isso descansamos sem maiores cuidados.Jean de Léry (1534-1611)
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