No dia 29 de julho de 1591, Bernardo Ribeiro foi denunciado pelo vigário da Igreja de Nossa Senhora do Socorro de Tasuapina, o padre João Fernandez, por afirmar após se recuperar de uma doença grave que a fé sem obras bastava para a salvação da alma. Apesar da aparente simplicidade do crime frente a outros como as idolatrias e as sodomias ouvidas pelo visitador e mais conhecidas por terem sido bem exploradas pela historiografia brasileira, Ribeiro incorria num grave delito, determinante no momento de cisão da Igreja Católica. Filho de Maria de Argolo e de Antonio Ribeiro, provedor da fazenda, nascido na Bahia, solteiro, tinha cerca de trinta anos naquele tempo e, segundo consta, era “magro”, “trigueiro” e um tanto altivo. O processo se prolongou por quase dois anos e contém oitenta e dois fólios.3 Iniciou-se no mesmo momento da preparação da viagem de Soares e só foi concluído em 19 de dezembro de 1592, mais de seis meses após o seu falecimento.