Como se percebe, o próprio objetivo da entrada era obscuro. Nãose sabia ao certo se a leva ia à descoberta de minerais valiosos ou à caça deíndios. Cumpre rememorar que, em 1606, um dos estratagemas de Diogode Quadros foi o ludíbrio, dado que na ocasião sua expedição foi propaladacomo pesquisadora de metaes, como enfaticamente afirmaram os oficiais daCâmara ao próprio provedor das minas, na polêmica sessão de 1609.
Para que a expedição que estava sendo formada em 1611 fosse elucidada, os oficiaisdecidiram chamar o capitão da capitania de São Vicente à Câmara paulistana,onde também, chamado oficialmente, foi ter Baltazar Gonçalvez, apontado como o homem que ia ao sertão. Contudo, a reunião terminou de maneira estranha, tendo os oficiais e o capitão vicentino tomado por definitivas as palavras de Baltazar Gonçalvez, após o mesmo ter dito que estava prestes a partir por ordem do capitão das minas, Diogo de Quadros, visando a realizartrabalhos relativos à mineração. O suposto mandante da empresa nem sequerfoi chamado ao Conselho, não tendo sido, portanto, confirmada a veracidadeda informação dada por Baltazar Gonçalvez, que ainda foi aconselhado pelosoficiais a fazer o que lhe mandava o capitão Diogo de Quadros:[...] todos acordaram que se mandassem chamar o capitão desta capitaniaGaspar Conqro, visto o mesmo estar nesta vila e todos disseram queera bom mandar chamá-lo para pedir seu parecer para se determinar oque melhor é de ser feito e lhe requeressem pusesse de sua parte cobronisso, ao qual foram chamar e vindo o dito capitão lhe fizeram o ditorequerimento e logo acordaram que se mandasse chamar a BaltazarGonçalves [...] por se dizer que ele era o que fazia descobrimento, oqual foi chamado e [...] perante o dito capitão e os ditos oficiais lhefoi perguntado pelo dito capitão por que ordem ia ao sertão e a queia, o qual declarou que ele ia [...] com o alemão mineiro por ordem docapitão provedor das minas Diogo de Quadros e que não ia com ele gente nenhuma mais, o que ouvido pelo dito capitão e mais oficiais sua reposta, disseram que em matéria de minas não se metiam, por não ser de sua jurisdição, que pois pelo capitão Diogo de Quadros lhe estava mandado que fizese o que lhe mandava [...] (Ibid., p. 296-297). [A ESCRAVIZAÇÃO INDÍGENA E O BANDEIRANTE NO BRASIL COLONIAL: CONFLITOS, APRESAMENTOS E MITOS p.91]
1° de fonte(s) [20137] A escravização indígena e o bandeirante no Brasil colonial: conflitos, apresamentos e mitos, 2015. Manuel Pacheco Neto Data: 2015, ver ano (122 registros)
Como se percebe, o próprio objetivo da entrada era obscuro. Não se sabia ao certo se a leva ia à descoberta de minerais valiosos ou à caça de índios. Cumpre rememorar que, em 1606, um dos estratagemas de Diogo de Quadros foi o ludibrio, dado que na ocasião sua expedição foi propalada como pesquisadora de metais, como enfaticamente afirmaram os oficiais daCâmara ao próprio provedor das minas, na polêmica sessão de 1609.
Para que a expedição que estava sendo formada em 1611 fosse elucidada, os oficiais decidiram chamar o capitão da capitania de São Vicente à Câmara paulistana, onde também, chamado oficialmente, foi ter Baltazar Gonçalvez, apontado como o homem que ia ao sertão. Contudo, a reunião terminou de maneira estranha, tendo os oficiais e o capitão vicentino tomado por definitivas as palavras de Baltazar Gonçalvez, após o mesmo ter dito que estava prestes a partir por ordem do capitão das minas, Diogo de Quadros, visando a realizar trabalhos relativos à mineração. O suposto mandante da empresa nem sequerfoi chamado ao Conselho, não tendo sido, portanto, confirmada a veracidade da informação dada por Baltazar Gonçalvez, que ainda foi aconselhado pelosoficiais a fazer o que lhe mandava o capitão Diogo de Quadros:
[...] todos acordaram que se mandassem chamar o capitão desta capitania Gaspar Conqro, visto o mesmo estar nesta vila e todos disseram queera bom mandar chamá-lo para pedir seu parecer para se determinar o que melhor é de ser feito e lhe requeressem pusesse de sua parte cobronisso, ao qual foram chamar e vindo o dito capitão lhe fizeram o dito requerimento e logo acordaram que se mandasse chamar a Baltazar Gonçalves [...] por se dizer que ele era o que fazia descobrimento, o qual foi chamado e [...] perante o dito capitão e os ditos oficiais lhe foi perguntado pelo dito capitão por que ordem ia ao sertão e a que ia, o qual declarou que ele ia [...] com o alemão mineiro por ordem do capitão provedor das minas Diogo de Quadros e que não ia com ele gente nenhuma mais, o que ouvido pelo dito capitão e mais oficiais sua reposta, disseram que em matéria de minas não se metiam, por não ser de sua jurisdição, que pois pelo capitão Diogo de Quadros lhe estava mandado que fizese o que lhe mandava [...] (Ibid., p. 296-297). [p.91]