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Carta do padre Balthazar Fernandes: 4 povoacões
30 de dezembro1568atualizacaoerro

Alguns historiadores, tirando illações duma cartado padre Balthazar Fernandes, datada de 1568, queremque João Ramalho tenha fallecido em meio desses indigenas, pouco depois dessa data. [0]O que nos interessa aqui não é desconstruir cada utilização das cartas que se fezno debate do IHGSP (poderíamos elencar diversos outros exemplos). Mais importante éconsiderar como a leitura que se fazia era aleatória, retirando fragmentariamente asinformações desejadas e desconsiderando a totalidade da carta e sua relação contextual eintertextual, completando as lacunas temerariamente com especulações diversas. Vejase, como um dos muitos exemplos, nesse mesmo texto de Francisco de CamposAndrade, a conjectura que faz o autor para refutar as afirmações de uma carta do padreBalthazar Fernandes, de 22 de abril de 1568:

E não só contra doenças e andaços, contra fome e mingua, "porque esta pobre gente é tão miserável e coitada, diz o Padre Balthazar Fernandes, que espera lhe demos do nosso", que não tinhammuitas vezes, pois, no principio, viviam de esmolas. Vinham, talvez, "a tanta miséria, esse Gentio, que, de fracos e magros, morriam por esses mattos." "Acontecia, diz ainda o Padre LeonardoValle, de lançar-se um para beber água e ficar ali, sem mais se poderlevantar, e assim morrer." "A causa desta pobreza, disse o PadreJorge Rodrigues, é por a terra em si ser pobre." Este não era nadaenganado consigo, e de nós, como nós todos, e ha mais de cincoséculos. [1]

CARTA DE BALTHASAR FERNANDES DO BRASIL, DA CAPITANIA DES. VICENTE, A 22 DE ABRIL DE 1568.Santos. — S. Vicente. — Piratininga. — Itanhaen. — Trabalhos ãa Companhia. — Conversão ãe um velho portuguez.PAX Christi.O que se offerece depois da derradeira que se escreveu do que Nosso Senhor obra pólos seus ministros nesta capitania de S. Vicente é que todos os nove que aqui estamos, scilicet:oito Padres e um Irmão, quatro dos quaes estão no campo, em umlogar que se chama Pyratininga, e os cinco aqui, nos occupamosnos ministérios de que a Companhia usa assi em casa, pera comos delia, como fora de casa, pera com os próximos.

E começando pelos de casa: emquanto nella estamos, os quecostumam andarem por fora na conversão do Gentio e ajuda es- ^piritual dos próximos, e os que nella ficam, vivemos conforme ao nosso instituto, na oração, no recolhimento, na obediência, mortificaçÕes e mais penitencias. E os que andam por fora, quando lá se acham também têm suas meditações, exames e orações, no qual tudo cada um trabalha de se aperfeiçoar em o Senhor como pôde.

Andamos de continuo bafejando (248) sobre estas pobres almas, assi do Gentio como dos Brancos, com confissões, pregações, doutrina, pondo paz e fazendo concórdia entre os discordes e baptisando entre o Gentio os que estão in extremis e alguns innocentes, filhos dos que são christãos.

Dos homens brancos que estão nestas quatro povoações que ha nesta capitania, scilicet: em S. Vicente, em Santos, em Piratininga, em Itanhaem (249), quasi todos, ou ao menos a maior parte, confessamos: de S. Vicente, onde está o collegio, pera Santos, continuamos freqüentemente, como foi esta quaresma, aonde residiram dous dos nossos pera lhes pregarem e confessarem com as quaes cousas se serviu Nosso Senhor, polo proveito que disso resultou nas almas, e o Senhor foi mais glorifiçado nellas.

Atalhou-se a muitos males que o Diabo tinha armado com suas dissensões entre este povo, e a muitos peceados de amancebados, fazendo-se muitas confissões geraes, e pondo Deus a mão n© animo de muitos que andavam desviados do caminho da virtude, vivendo quasi como Gentios da terra; os particulares não conto,por serem ellas communs aos da Companhia aonde quer que sé acham, e mais pera não infadar e por não violar ou injuriar o sigillo da confissão.

Quanto é acerca dos Gentios: dos nossos que estão em Pyratininga, dous delles se oecupam em os ir visitar ás suas aldêas, que estão umas duas léguas da povoação, onde os nossos vão em um dia e vêm no outro, quando não ha necessidade alguma que os force a estar mais; ensinam-lhes a doutrina e um dialogo que ha na lingua, ao pé da cruz que está dentro na aldêa, tangendo-se pera isso a campainha primeiro, e se lhes faz ás vezes também uma pratica em que se lhes dá noticia das cousas da Fé, e particularmente se falia também a cada um, andando pólos lanços de suas casas pera tirar do estado de condemnação os christãos que estão amancebados, e os que vivem bem pera os confirmar nisso, e os outros que não recebem água do bautismo pera os incitar e mover a isso.

E tanto maior diligencia nos obriga a caridade pôr no acima dito, quanto maior é o descuido que têm os índios desta terra nisso, porque acontece muitas vezes que morrem, ora seja de doença, ora de mordedura de cobras (que são cá mais peçonhentas que bibras), ora de suas guerras, ora de qualquer outro caso, sem a mulher pera com o marido, nem o marido pera com a mulher e filhos porem nisso algum remédio ou nos mandarem chamar, por onde morrem alguns ao desemparo, com nós ainda andarmos sobre elles.

Aconteceu que indo eu a uma aldêa em companhia de outroPadre, no caminho, ou antes que lâ chegássemos, nos disseram al4 9 9 BALTHASAR FERNANDESguns índios que vinham de lá que já não fadava uma índia gentia; fomos nós, todavia, a correr e bradamos pela pobre: a quedantes não fadava fadou, e apparelhamol-a pera a bautisarmosnaquelle pouco tempo; acabado de a eu bautisar, quasi logo deua alma a seu Creador; recebeu minha alma grande consolação disso. Bemdito seja Nosso Senhor.Estando uns Padres de noite em uma aldêa, aconteceu que pariu uma índia, e tinha determinado de não levantar o filho quepariu do chão, mas deixal-o morrer, por se vingar desta maneirado barregão, por não querer vir com ella do certão pera estes índios que estão junto de nós; ouvindo logo os Padres chorar o menino, fizeram-no levantar, e, querendo-o depois matar, tomou-selhe e bautisaram-no, dando-se a criar; morreu todavia o meninoinnocente de doença e vai-se á Gloria; bemdito seja o Senhor.Bautisaram-se quatro in extremis, que morreram em mui bomestado; parece que Deus os tinha predestinados e não ha duvidasinão que muitos outros Deus tem predestinados destes que porventura comem carne humana, que isto é o que nos consola: queacontece muitas vezes negocial-o Deus de maneira que parecia serimpossivel de uma certa maneira.Nestas partes do Brasil podemos dizer com verdade que ajudamos a levar a cruz do Christo como Ciryneu, porque os trabalhadores desta terra são desenxabidos, mas por outra parte dá Deustodo junto. Andamos ordinariamente descalços, passando águas,que ha muitas nesta terra, e isso não uma vez sinão freqüente;passamos caminhos e matos mui trabalhosos, e muitas vezes nãotemos nem um punhado de farinha da terra pera comer, porqueesta pobre gente é tão miserável e coitada que espera que lhe demos nós do nosso, quanto mais dar-nos ella do seu! porque não notem, quare non sunt soUciti ãe crastino (250). Pois si porventuradesejam trabalhos próprios de Deus, cá se prantam e se colhe e secome na Gloria.Si porventura acontece algum achar-se in extremis, si nos dãorecado, quando quer que seja, quer chova, quer faça sol, quer denoite, quer de dia, uma légua e mais corremos quanto podemospera chegar ao pobre com o remédio assi da alma como do corpo.5 0 0 LXIII. — CARTA DE S. VICENTE (1568)Aconteceu que, dando-nos recado de uma índia que não erachristã que estava pera morrer de parto, tanto que o soubemos fomos muito depressa; chegando, já quasi não fadava; apparelhemol-a e baptisamol-a, e depois que acabamos de entender na curaespiritual, entendemos também na corporal pola necessidade assio pedir, por remédios que lhe fizeram pera beber; e quiz o Senhorpor sua misericórdia que uma e outra obrassem, ao que pareceude fora.A virtude da paciência se exercita cá também muito, porquese tem experimentado que o que ha de tratar com estes Gentiosha-lhes de soffrer suas cousas, passar por seus avesos sob pena deentornar tudo; e esta é a arma com que cá pelejamos, soffrendo-os,pois que Deus os soffre, esperando a sua hora.Vêm de uma légua e duas algumas vezes á missa, especialmente polas festas, e algumas vezes tornam em jejum pera suascasas por não ter quem lho dê, si lho não damos.São mui aborrecidos á gente branca; somente a nós, que ostratamos bem e os empáramos e livramos das unhas dos lobos, nostêm amor e se dão bem comnosco. Porventura si não foramos, houvera já mui poucos entre nós, porque ha muitos salteadores e nãotêm tanta ousadia andando nós no campo.

Um homem branco que ha 60 annos que está nesta terra entre este Gentio, que agora é quasi de cem annos, estando entre os índios e vivendo não sei de que maneira e não querendo nada de nossas ajudas nem ministério, deu-lhe Deus de rosto com um accidente, além de muitos corrimentos e pontadas que tinha.

Veiu então um filho seu que pousava daqui uma légua a dizer-nos que seu pai morrera; e suspeitando nós que não seria ainda morto, foram dous Padres cedo a correr por águas que estavam polo campopor-onde haviam de passar, por ser grande a cheia. Chegados a casa do miserável velho, que não queria nada de Deus, veio Deusa visitar com os nossos, porque o que estava dantes já morrendo em mau estado, acudiu-lhes Deus com a confissão, que elle fez boa,pondo-se em bom estado e commungando; mas não morreu daquelle accidente, sinão anda pera isso apparelhado e posto na verdade,esperando por sua hora que cedo lhe virá.

5 0 1 BALTHASAR FERNANDESDo certão dentro, onde ha muito Gentio, vieram aqui algunsPrincipaes, a quem se deu noticia da Fé, de que elles gostarammuito, tendo capacidade pera entender o que lhes diziam". Iamcom determinação de trazerem suas mulheres e familia e aindamover outros a que também se viessem pousar aqui perto; porventura que se abrirá por aqui algum caminho de serviço de Deus, sias guerras que atéqui sempre houve, e os arreceios que ainda

Carta do padre Balthazar Fernandes: 4 povoacões
30 de dezembro de 1899 (Há 125 anos)
erro

»ra têm delia, cessarem. Até agora houve commercio com elles, indolá os Brancos, levando-lhe resgate de ferramenta, trazendo cerapolo troco e escravos e redes; mas tornou-se esta entrada agora atapar por certos perigos que se temem.Com a escravaria dos homens brancos se tem cuidado de osconfessar e doutrinar, no qual se vê fruito claramente pera gloria de Deus.Entre os Brancos ha algumas pessoas que se confessam a miúdo e commungam, especialmente aonde temos o collegio e nas outras partes quando lá imos, pelo qual estão suspirando. Aos; Gentios não bautizamos, ainda que nol-o peçam como pedem, si nãoapparelhamol-os pera quando for tempo pera isso.Isto é o que se offereceu ao presente; resta pedirmos a todosos Padres e Irmãos que nos encommendem em seus santos sacrificios e devotas orações ao Senhor da messe, pera que acrescenteassi os obreiros como ella de cada vez mais, com maiores fruitosem Sua Santa Egreja, pera o qual pedimos também ser encommendados em seus santos sacrificios e orações.Do Brasil, da capitania de S. Vicente, aos 22 de Abril de 1568.Por commissão do padre reitor Joseph de Anchieta.Servus inutilissimus.F I M
Carta do padre Balthazar Fernandes: 4 povoacões

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“Os nossos tupinambás muito se admiram dos franceses e outros estrangeiros se darem ao trabalho de ir buscar o seu arabutan [pau-brasil]. Uma vez um velho perguntou-me: Por que vindes vós outros, maírs e perôs (franceses e portugueses) buscar lenha de tão longe para vos aquecer? Não tendes madeira em vossa terra ? Respondi que tínhamos muita mas não daquela qualidade, e que não a queimávamos, como ele o supunha, mas dela extraíamos tinta para tingir, tal qual o faziam eles com os seus cordões de algodão e suas plumas. Retrucou o velho imediatamente: e porventura precisais de muito? Sim, respondi-lhe, pois no nosso país existem negociantes que possuem mais panos, facas, tesouras, espelhos e outras mercadorias do que podeis imaginar e um só deles compra todo o pau-brasil com que muitos navios voltam carregados. — Ah! retrucou o selvagem, tu me contas maravilhas, acrescentando depois de bem compreender o que eu lhe dissera: mas esse homem tão rico de que me falas não morre? — Sim, disse eu, morre como os outros. Mas os selvagens são grandes discursadores e costumam ir em qualquer assunto até o fim, por isso perguntou-me de novo: e quando morrem para quem fica o que deixam? — Para seus filhos se os têm, respondi; na falta destes para os irmãos ou parentes mais próximos. — Na verdade, continuou o velho, que, como vereis, não era nenhum tolo, agora vejo que vós outros maírs sois grandes loucos, pois atravessais o mar e sofreis grandes incômodos, como dizeis quando aqui chegais, e trabalhais tanto para amontoar riquezas para vossos filhos ou para aqueles que vos sobrevivem! Não será a terra que vos nutriu suficiente para alimentá-los também ? Temos pais, mães e filhos a quem amamos; mas estamos certos de que depois da nossa morte a terra que nos nutriu também os nutrirá, por isso descansamos sem maiores cuidados.relacionamentos
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As encrencas de verdade da sua vida tendem a vir de coisas que nunca passaram pela sua cabeça preocupada E te pegam no ponto fraco às 4 da tarde de um terça-feira modorrenta

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01/07/1997





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